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DIÁRIO DE INSIGNIFICÂNCIAS E INCONGRUÊNCIAS (p. 06)

  

Querer sempre ter razão é um trem pra lá de bocó. Querer ter a última palavra em tudo, no fundo, é um claro sinal de infantilidade, tardia e degenerada. O que é preciso, de fato, é que procuremos, com todo o nosso ser, conhecer a verdade, que nos esforcemos para viver sob a sua luz e, é claro, que não tenhamos medo de dizê-la a todos com toda a clareza possível, mesmo que nenhum Zé ruela dê a menor razão para o que estará sendo dito.

 

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O que realmente importa é a conformação da nossa vida à verdade. De jeito maneira devemos querer subjugar a verdade às mesquinharias da nossa vida, ou a tirania das opiniões alheias e, muito menos, aos ditames das multidões sorumbáticas, e ideologicamente sonsas, que infestam os quatro cantos deste mundo, que faz da vilania da unanimidade midiaticamente fabricada o seu credo difuso.

 

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Conhecer a verdade e fazer pouco caso dela, ao invés de acatá-la e permitir que ela transforme as misérias da nossa vida [digna de pena], é uma baita burrice. Aliás, uma estupidez que realizamos, de forma soberba, todo santo dia e, ainda por cima, contamos vantagem dessa nossa paspalhice como se tal atitude fosse algo meritório.

 

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Tanto a televisão quanto a internet tem lá sua baita dose de contribuição para a nossa estupidificação, porém, tanto a internet como a televisão não conseguiriam fazer isso de forma tão eficaz sem a nossa voluntariosa colaboração que, diga-se de passagem, é bem graúda, devido, principalmente, a maneira umbilicalmente imediatista e autorreferente que vivemos nossa porca vida.

 

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Quem lê de maneira apressada acaba interpretando tudo de forma atravancada e termina fazendo uma bela cagada.

 

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No mundo atual todos poderão ter os seus minutinhos de fama; alguns mais, outros menos, mas todos teremos, principalmente se não tivermos nada de significativo pra dizer.

 

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Sim, Deus libertou seu povo da escravidão no Egito, porém, a libertação apresentada no livro do Êxodo não era um paraíso com TV por assinatura e Open Bar todo santo dia, nem podia ser, porque a liberdade sempre foi, e sempre será, uma penosa e longa peregrinação pelo deserto do abandono de si rumo a prometida terra da conquista.

 

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Quando uma ideologia, pouco importa qual seja, é colocada por nós no lugar da verdade, acima da estrutura da realidade, como “critério estético” supremo e “juízo científico” absoluto, é porque nós, sem nos darmos conta, apagamos a frágil luz do candeeiro da nossa consciência individual.

 

Escrevinhado por Dartagnan da Silva Zanela

https://sites.google.com/view/zanela

 

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