Quando moleque, e isso já faz bastante tempo, a galera dizia que quando nascessem os tais dos dentes do siso a gente criaria juízo. Bem, esse que vos escrevinha, por volta dos treze anos de idade, já tinha os quatro benditos. Os quatro. Pois é, mas juízo que é bom, nada. Continuei sendo um moleque da pá virada. Neste ano, com a idade de quem já está com a certidão de nascimento amarelada, resolvi arrancar os tais sisos. Detalhe: solicitei ao dentista que tirasse todos eles de uma só vez e sem clemência. Sim, sem clemência, mas com anestesia. Rapaz do céu, foram praticamente três horas de peleja, mas os infelizes não mais se encontram junto aos demais dentes remendados e cobertos de tártaro da minha boca suja e, diante desse fato ortodôntico, fiquei cá com meus alfarrábios, matutando em termos ontológicos: se eu já não tinha juízo tendo os tais sisos, ao arrancá-los, eu, enfim, tornar-me-ei mais ajuizado ou irei descambar de vez? Melhor nem pensar. Mas firmemos nosso pé junto ao p